A justiça francesa suspendeu na semana passada a extradição de um cidadão de Bangladesh que sofre de asma sob a alegação de que os níveis de poluição registrados naquele país representariam um risco à saúde do refugiado, com a possibilidade de causar seu óbito. Segundo o tribunal de apelações de Bordeaux, um retorno dele ao país natal poderia causar “um agravamento de sua patologia respiratória devido à poluição do ar”.
Questionado pelo Guardian, Ludovic Rivière, advogado do bengalês, celebrou a decisão da justiça e ressaltou que é “a primeira vez que um tribunal francês aplica o meio ambiente como um critério em casos” de extradição.
A matéria mostra que Bangladesh está em 179º no mundo em qualidade de ar segundo o Índice de Desempenho Ambiental das Universidades de Yale e Columbia, e que as concentrações de poluentes registradas no país são cerca de seis vezes o máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O jornal também ouviu especialistas, que ressaltaram que o caso abre precedente e explicita o risco de que a intensificação da poluição do ar resulte em ondas migratórias nas próximas décadas.
ClimaInfo, 18 de janeiro de 2021.
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