Moody’s: riscos climáticos e socioambientais prejudicam em 60% ratings de países em desenvolvimento

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Uma análise da agência de classificação financeira Moody’s apontou que aproximadamente 60% das classificações de crédito soberano dos países em desenvolvimento são afetadas negativamente por fatores ambientais, sociais ou de governança (ESG). Segundo a análise, para a maior parte dos mercados emergentes, o impacto relacionado à ESG nos ratings nacionais figura entre “altamente negativo” ou “muito altamente negativo”.

Mais de 140 países foram avaliados, a partir de riscos que variam desde mudança do clima e redução do consumo de combustível fóssil até o envelhecimento da população, agitação social e ações e credibilidade dos governos nacionais. Para questões climáticas e ambientais, a Moody’s analisou cinco categorias: transição do carbono, clima físico, gestão hídrica, resíduos e poluição, e capital natural. A maior parte dos países com exposição negativa a esses riscos se concentra na África, no Oriente Médio e na Ásia-Pacífico. Os ratings são utilizados nas análises de crédito soberano de cada país, com efeito sobre o custo de empréstimos nos mercados financeiros internacionais. A Reuters deu mais detalhes.

Em tempo: Questões de ESG tiveram grande destaque em 2020, com um novo impulso por parte dos investidores em favor de ações e investimentos “verdes”, alinhados com os compromissos climáticos globais e com responsabilidade socioambiental das empresas. No entanto, Karthik Ramanna escreveu no Financial Times que, para que os investidores levem mesmo a sério essa pauta, as regras para mensuração e relato dessas informações precisam ser muito mais claras e exigentes, para se evitar o velho “greenwash”.

 

ClimaInfo, 19 de janeiro de 2021.

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