Clima é destaque da agenda de Biden no 1º dia do novo governo dos EUA

Biden Acordo de Paris

Ufa. Finalmente, dois meses após sua eleição, Joe Biden tornou-se presidente dos EUA ontem à tarde (20/1). Com um discurso de união e colaboração, Biden aproveitou suas primeiras horas de governo para “exorcizar” alguns fantasmas deixados por Trump na Casa Branca – entre eles, o negacionismo climático. Como anunciado, Biden assinou uma ordem executiva reafirmando o compromisso dos EUA com o Acordo de Paris, que pavimenta o retorno do país ao regime climático global pouco mais de dois meses após a formalização de sua saída.

Daniela Chiaretti apontou no Valor ao menos dez medidas que o novo governo deve tomar no curto prazo para mudar o tom da política climática dos EUA. Entre elas estão a restauração da proteção ambiental nos parques nacionais, cassando as licenças para exploração de petróleo e madeira; o restabelecimento de limites rígidos para emissão de metano em novas operações de petróleo e gás; e as exigência de divulgação de riscos climáticos por parte das empresas públicas.

“Para lidar com a mudança do clima, a impressão é que Biden está disposto a fazer o que nenhum presidente dos EUA fez antes”, escreveu Natalie Unterstell na Época. “Isto é, mobilizar a política americana por inteiro para lidar com o desafio de todos os ângulos e com alta coordenação”. Nesse sentido, a expectativa é de que o novo presidente aproveite os primeiros 100 dias de governo para avançar significativamente na agenda de recuperação econômica verde, um de seus principais slogans de campanha.

Fora dos EUA, a expectativa também é positiva. Como Ana Estela Sousa Pinto escreveu na Folha, os países europeus – entre eles antigos aliados do ex-presidente Trump, como Boris Johnson no Reino Unido – estão ansiosos para dialogar com o novo governo e aproveitar Biden para intensificar a diplomacia climática nos próximos anos. Por outro lado, o Canadá deve mesmo ser o primeiro foco de tensões da Casa Branca de Biden por causa da suspensão da licença presidencial para as obras do polêmico oleoduto Keystone XL.

Vale a pena conferir as análises feitas por Bloomberg, Climate Home, NY Times, POLITICO, Quartz e Reuters sobre a agenda climática do governo Biden.

 

ClimaInfo, 21 de janeiro de 2021.

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