Faz sentido financiar o custo social do carbono

mercados de carbono

No dia da sua posse, o presidente Biden assinou uma ordem executiva para revisar os principais retrocessos ambientais do período Trump. Para quem defende instrumentos econômicos para enfrentar a emergência climática irá gostar de saber que o presidente Biden criou uma comissão para colocar o custo social de poluentes volta às contas e voltando a colocar as emissões de gases estufa na categoria de poluentes. O custo social do carbono é uma das maneiras para empurrar a economia para a meta de zerar as emissões líquidas.

Ontem (27/1), um grupo formado por gente como Bill Gates e liderado por Mark Carney (ex-presidente do Banco da Inglaterra e assessor de Boris Johnson para assuntos climáticos) publicou um relatório com recomendações para fortalecer o mercado voluntário de carbono usado principalmente por corporações para compensar suas emissões. O grupo tenta responder às pesadas críticas quanto à integridade ambiental dos mercados existentes e ao “greenwashing” das empresas. O mercado será tão mais robusto quanto garantir governança e transparência, não só quanto às emissões propriamente ditas, mas também pelo cuidado com a biodiversidade e o desenvolvimento local. Em suma, o quanto melhor incorporar as metas de desenvolvimento sustentável definidas pela ONU. Um desafio à altura da luta climática. Vale ver o sumário e, quem tiver tempo, o relatório inteiro.

Uma abordagem mais acadêmica do custo social do carbono acaba de sair na Nature. Os autores comparam o valor de uso e o de não uso (o valor atribuído a bens que ninguém possui nem utiliza economicamente – o canto do pintassilgo, por exemplo) usando um modelo macroeconômico clássico de para determinar o custo social do carbono.

 

ClimaInfo, 28 de janeiro de 2021.

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