Pesquisa da ONU revela engajamento da juventude na crise climática e destaca apoio de brasileiros à proteção florestal

ONU engajamento jovens

O Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) e a Universidade de Oxford (Reino Unido) divulgaram ontem (27/1) os resultados da maior pesquisa mundial de opinião pública sobre mudanças climáticas. A pesquisa ouviu mais de meio milhão de pessoas com menos de 18 anos em 50 países, com foco nas percepções da juventude sobre a gravidade da crise climática e as visões sobre os caminhos para sua superação ao redor do mundo. Os resultados mostraram que existe um grande entusiasmo com políticas climáticas mais amplas. Por exemplo, em oito dos dez países pesquisados com maiores emissões pelo setor de energia, a maior parte dos entrevistados apoiou mais energia renovável. Em quatro dos cinco países com as maiores emissões por mudança de uso da terra, houve apoio majoritário para a conservação de florestas e biomas. Nove em cada dez pessoas dos países com populações mais urbanizadas apoiaram mais o uso de carros e ônibus elétricos limpos e bicicletas.

A pesquisa foi realizada de maneira inovadora, com a captação de entrevistados a partir de games de smartphone, como o Angry Birds. Cada um foi questionado se a mudança do clima era uma emergência global e se ele apoiaria 18 políticas climáticas importantes em seis áreas de ação: economia, energia, transporte, agricultura e alimentação, natureza e proteção das pessoas. As mais populares foram a conservação de florestas (54%), geração de energia solar e eólica (53%), adoção de técnicas agrícolas favoráveis ao clima (52%) e investimentos em negócios e empregos verdes (50%). Sobre o Brasil, a pesquisa mostrou que 69% dos jovens entrevistados concordam que a crise climática é uma emergência global. A política mais popular no país é a conservação florestal, com 60% de apoio do público.

Os dados da pesquisa foram destacados por BBC, Bloomberg, Estadão, G1, Guardian e Reuters, entre outros.

Em tempo: Pesquisadores norte-americanos analisaram como a exposição das pessoas à imagem e às mensagens da ativista sueca Greta Thunberg influencia a predisposição delas em se engajar no esforço contra a crise climática – o chamado “Efeito Greta”. Segundo a pesquisa, as pessoas mais familiarizadas com Greta têm maior intenção de tomar medidas coletivas para reduzir o aquecimento global. O estudo foi publicado na revista Journal of Applied Social Psychology.

 

ClimaInfo, 28 de janeiro de 2021.

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