A problemática usina hidrelétrica Belo Monte tem desviado mais água para a usina, o que está causando graves danos ambientais e impactos aos indígenas que vivem na Volta Grande do Xingu, um trecho de 130 quilômetros daquele rio. Para o mês de fevereiro, por exemplo, a Norte Energia, dona da usina, quer liberar apenas 1.600 m³/s de água para o trecho, enquanto estudo do Ibama demanda 10.900 m³/s, sete vezes mais. Como sempre, a Aneel entrou do lado da empresa, dizendo que o impacto estimado da medida aplicada nos dois primeiros meses de 2021, janeiro e fevereiro, seria próximo a R$ 1,3 bilhão para o consumidor final de energia elétrica. André Borges, no Estadão, deu a notícia.
Interessante olhar os boletins de vazão do Xingu da própria Norte. A vazão atual está acima da média histórica. A Aneel gosta de dizer que a tarifa aumentará por conta do acionamento das térmicas. Ela também deveria avisar de quanto a tarifa será reduzida quando houver mais água no rio do que previsto, como está acontecendo agora.
Implantar Belo Monte foi um erro do setor elétrico, mas sua licença de operação prevê soltar água em volume ambientalmente adequado para a região da Volta Grande, isto não se pode discutir.
Resta saber quem vai compensar os consumidores brasileiros de eletricidade, que não tiveram voz ativa na decisão de construção da usina.
ClimaInfo, 29 de janeiro de 2021.
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