Exxon e Chevron discutiram possibilidade de fusão, revela imprensa

Exxon

Os apuros vividos pela indústria fóssil nos últimos meses quase convenceram duas das maiores petroleiras do mundo a se unir para conseguir sobreviver. Segundo a Reuters, executivos da ExxonMobil e da Chevron conversaram no começo de 2020 sobre essa possibilidade, o que poderia ter sido a maior fusão corporativa de todos os tempos. De acordo com fontes, as duas empresas chegaram a trocar memorandos e documentos legais para analisar os caminhos para uma fusão. As conversas acabaram não indo adiante, por motivos ainda desconhecidos.

Exxon e Chevron, bem como o mercado global de petróleo, tiveram um 2020 catastrófico: além do impacto econômico causado pela pandemia, o setor também sofreu com as disputas geopolíticas entre a Rússia e a Arábia Saudita dentro da OPEP, o que levou o petróleo a alcançar preços negativos em abril passado. As duas empresas acumularam perdas ao longo de 2020 e tiveram que revisar o valor de seus ativos e seus planos de investimento para os próximos anos. Por fim, a vitória de Joe Biden nos EUA prenunciou mudanças significativas para a indústria fóssil no mercado norte-americano.

E por falar em OPEP, o cartel conseguiu aumentar a produção de petróleo em janeiro para 190 mil barris diários. No entanto, segundo a Bloomberg, o aumento da produção representou apenas ⅔ do volume previsto entre os países no final do ano passado: o motivo foi a instabilidade da produção na Nigéria e na Líbia, causada por problemas operacionais. Os países da OPEP e a Rússia se reunirão amanhã (3/2) para discutir os próximos passos da retomada da produção global de petróleo.

Em tempo: Pressionada por investidores, governos e consumidores a acelerar sua transição para as fontes renováveis de energia, a Shell está apostando em novas oportunidades de negócios no comércio de energia e na produção de hidrogênio e biocombustíveis. De acordo com a Reuters, a nova estratégia corporativa para o baixo carbono deve ser anunciada pela empresa na próxima semana. O plano confirmará novos investimentos em negócios renováveis; por outro lado, não se espera que ela planeje cortes na produção geral de petróleo e gás na próxima década, na contramão do que vem sendo feito por concorrentes como BP e Total.

 

ClimaInfo, 2 de fevereiro de 2021.

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