Se quiser deter a destruição do mundo natural, o mundo precisa repensar o uso do crescimento econômico como medida de sucesso dos países. O alerta foi feito por um relatório encomendado pelo governo do Reino Unido e divulgado ontem (2/2). O texto analisou de maneira abrangente a importância econômica da natureza e o fracasso da economia global em evitar o esgotamento destrutivo dos recursos naturais. A análise foi liderada pelo economista Sir Partha Dasgupta, da Universidade de Cambridge, em iniciativa semelhante ao agora histórico Relatório Stern de 2006.
Segundo o documento, os países deverão aproveitar as próximas conferências da ONU sobre clima e biodiversidade, programadas para os próximos meses, para repensar o modelo econômico atual. Apenas entre 1992 e 2014, os processos de produção e consumo no mundo foram responsáveis pela perda de 40% dos estoques de capital natural per capita. Dasgupta propõe que os governos criem um novo modelo de contabilidade nacional para o PIB que inclua o esgotamento dos recursos naturais nessa equação. Além disso, ele também sugeriu a criação de novas instituições supranacionais para proteger os bens comuns globais, como as florestas tropicais e os oceanos.
BBC, Bloomberg, Guardian e Reuters repercutiram as conclusões do estudo.
Em tempo: O naturalista britânico Sir David Attenborough conversou com Jennifer Ann Thomas, da Veja, quando destacou a importância do Brasil nos esforços globais contra a degradação do meio ambiente e a mudança do clima. O recado não poderia ter sido mais claro: “Será maravilhoso quando o Brasil entender que é economicamente melhor deixar a floresta em pé do que derrubá-la”.
ClimaInfo, 3 de fevereiro de 2021.
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