Na redivisão da Esplanada dos Ministérios depois do casamento entre Bolsonaro e o Centrão, a pasta da agricultura virou um alvo dos partidos aliados do governo no Congresso. Segundo O Globo, políticos do Centrão estão articulando um malabarismo digno do Cirque Du Soleil: a atual titular do ministério, Tereza Cristina, seria realocada para o Itamaraty, liberando assim o cargo para o “toma-lá, dá-cá” em Brasília. Para os novos aliados do governo, a mudança mataria dois coelhos com uma cajadada só: tiraria do governo o impopular Ernesto Araújo e ampliaria o espaço da bancada ruralista dentro do governo, incorporando também o prestigioso Itamaraty.
O fato de Cristina ter experiência limitada com diplomacia não incomoda o Centrão, que argumenta que a atual ministra da agricultura tem prestígio nos círculos internacionais, já que ela foi uma das principais lideranças do governo brasileiro no fechamento das negociações comerciais entre Mercosul e União Europeia em 2019.
De toda maneira, Tereza Cristina segue sendo vista como um “coringa” de Bolsonaro para 2022: o Valor repercutiu conversas internas do DEM, que sugerem seu nome para a vice-presidência da chapa de Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais.
Em tempo: A pandemia mostrou a importância de se investir em ciência e tecnologia. No entanto, ao que parece, o governo brasileiro ignorou essa lição. Para 2021, o orçamento previsto para o ministério de ciência, tecnologia e inovação (MCTI) é de apenas R$ 2,7 bilhões, valor 30% menor que o do ano passado. A verba para fomento de pesquisa é piada de mau gosto: 22 milhões de reais. Por isso, o número de bolsas de pesquisas financiadas pelos CNPq e CAPES deve ser 8% menor neste ano. O Projeto Colabora fez um panorama do cenário desastroso da ciência brasileira sob a gestão Bolsonaro/Marcos Pontes.
ClimaInfo, 10 de fevereiro de 2021.
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