Estatais petroleiras podem “enterrar” metas climáticas com investimentos trilionários em energia fóssil 

petroleiras

Enquanto governos de todo o mundo reforçam seus compromissos com a redução das emissões de carbono, companhias estatais de combustíveis fósseis se fazem de desentendidas e seguem pensando o futuro como se fosse o passado – queimando petróleo, carvão e gás até não poder mais. Um relatório divulgado ontem pelo think tank Natural Resource Governance Institute identificou cerca de US$ 1,9 trilhão de investimentos previstos por essas empresas na próxima década em novos projetos de energia fóssil. Caso eles saiam do papel, o volume de carbono a ser queimado inviabilizaria totalmente o cumprimento das metas climáticas do Acordo de Paris.

Enquanto as companhias fósseis privadas calculam o prejuízo acumulado com o petróleo, revisam seus planos de investimento e aceleram projetos de energia renovável, as petroleiras de propriedade governamental ignoram os sinais do mercado. Estas empresas arriscam aplicar pelo menos US$ 400 bilhões em “ativos encalhados”, que jamais darão retorno financeiro aos seus investidores caso o mundo cumpra sua promessa de conter o aquecimento global em pelo menos 2oC com relação aos níveis pré-industriais até o final deste século.

As empresas nacionais de petróleo são responsáveis por cerca de ⅔ da produção de petróleo e gás no mundo e possuem 90% das reservas desses combustíveis. No entanto, seus riscos climáticos são raramente examinados, já que sua propriedade estatal acaba lhes dando margem para manter maior discrição sobre seus investimentos e objetivos corporativos.

Financial Times, Guardian e Reuters destacaram essa notícia.

 

ClimaInfo, 10 de fevereiro de 2021.

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