Setor elétrico acha que precificar carbono não é com ele

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Nos últimos meses, a precificação das emissões voltou à baila, tanto aqui, com as tentativas do governo de emplacar programas como o Floresta+, quanto lá fora, com o mercado europeu batendo recordes de preço neste começo de ano. Ontem (9/2), o pessoal do Acende Brasil escreveu um artigo no Estadão defendendo a necessidade de se colocar um preço nas emissões, mas se apressando para tirar o setor elétrico da discussão com o surrado argumento de que a pegada de carbono da nossa matriz elétrica é uma das menores do mundo. E defendem que as usinas a gás natural, apesar de emitirem, deveriam ficar fora sob pena de se aumentar ainda mais a tarifa. Pois é: é exatamente essa a intenção de se precificar as emissões. Na medida em que os consumidores puderem escolher a fonte, evitarão a eletricidade a gás, mais cara. É isso que está acontecendo na Europa e começando a se espalhar mundo afora.

Para quem se interessar, o Financial Times publicou uma matéria sobre a tendência dos mercados de carbono e os preços das emissões, explicando que muitas corporações adotaram preços internos usados nas decisões de planejamento. Por exemplo, a petroleira BP adotou o valor de US$ 100 a tonelada de carbono em 2030. O recorde no mencionado antes mercado europeu chegou a quase US$ 50. O Valor publicou uma tradução da matéria.

Em tempo: Vale conferir a thread de Jonathan Foley, diretor do Projeto Drawdown, na sua página do Twitter. Perguntado sobre qual seria o melhor crédito de carbono, ele disse que, em primeiríssimo lugar,  nenhum. O melhor mesmo é não emitir. Nada substitui zerar as emissões. Em qualquer lugar, em qualquer situação.

 

ClimaInfo, 10 de fevereiro de 2021.

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