Desastre climático no Himalaia coloca em xeque aposta da Índia na geração hidrelétrica

Himalaia

Após o desastre causado pelo rompimento de uma geleira em Uttarakhand, que destruiu uma represa e causou a morte de pelo menos 36 pessoas, ambientalistas pediram ao governo da Índia que reveja sua política de construção de barragens hidrelétricas na região do Himalaia. Segundo a Reuters, a região afetada pelo desastre concentra cerca de 7 GW de capacidade hidrelétrica em operação e em fase de construção.

De acordo com cientistas, com o aquecimento do planeta, as geleiras do Himalaia estão cada vez mais frágeis, o que traz um risco significativo para a operação de usinas hidrelétricas: se mais barragens forem construídas, é possível que novos desastres desse tipo voltem a acontecer. Isso impõe um desafio tremendo à Índia, que vem investindo bastante na ampliação de sua capacidade hidrelétrica como esforço para limpar sua matriz elétrica. Especialistas criticam essa solução, afirmando que o custo da geração por outras fontes renováveis, como eólica e solar, é muito mais baixo que o da hidrelétrica. A energia produzida nas hidrelétricas em Uttarakhand custa cerca de três vezes mais do que a equivalente gerada em plantas fotovoltaicas.

Enquanto isso, os esforços de resgate seguem acontecendo. Cerca de 171 pessoas continuam desaparecidas, a maior parte delas funcionários da represa de Rishi Ganga. Socorristas enfrentaram dificuldades nos últimos dias por causa do aumento do volume de água no vale do rio Dhauliganga.

Scientific American e Wire também abordaram as conexões entre mudança do clima e o desastre em Uttarakhand.

 

ClimaInfo, 12 de fevereiro de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)