O custo social do carbono pode passar de R$ 600 por tonelada

custo de carbono

No bojo das primeiras decisões climáticas do governo Biden, está a montagem de um grupo de trabalho para recolocar o custo social do carbono à frente dos futuros planejamento orçamentários. O SCC (sigla em inglês para social cost of carbon) representa a soma de todos os prejuízos causados pela emissão de uma tonelada de dióxido de carbono. O governo Obama atribuiu um custo em torno de US$ 50. Analistas, hoje, dizem que este valor deveria passar de US$ 100, tanto por aprimoramento nos modelos quanto pelos 4 anos perdidos pelo governo Trump.

Os renomados Nicholas Stern e Joseph Stiglitz publicaram um trabalho criticando a maneira pela qual este custo foi estimado até agora. Eles sugerem uma série de mudanças para levar em conta o risco de impactos drásticos, como o desaparecimento de boa parte da floresta Amazônica e a consequente mudança no regime das águas na América do Sul. Na opinião deles, o mercado global tem falhas estruturais e que não se deve apostar na propagada eficiência da economia. Os modelos deveriam incorporar cenários de mudanças tecnológicas muito rápidas. Finalmente, os autores pedem transparência total dos muitos juízos de valor que são embutidos nas modelagens. Os dois autores escreveram um artigo para a Project Syndicate.

Um grupo de oito professores de universidades americanas e inglesas publicou suas sugestões na Nature. Um dos pontos interessantes é a incorporação das desigualdades, muitas vezes acirradas pelos eventos climáticos.

Os dois trabalhos são importantes para, quem sabe um dia, este custo social entrar no planejamento orçamentário do Brasil.

 

ClimaInfo, 22 de fevereiro de 2021.

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