Lançado da Índia, satélite brasileiro Amazônia-1 deve melhorar monitoramento do desmatamento

28 de fevereiro de 2021

Depois de décadas de trabalho, o INPE finalmente conseguiu colocar no espaço seu 1º satélite 100% brasileiro neste domingo (28/2). Lançado por um foguete no Centro Espacial Satish Dhawan, no sul da Índia, o satélite Amazônia-1 representa um marco importante para o combalido programa espacial brasileiro: o domínio completo do ciclo de desenvolvimento de um satélite, da concepção original ao voo, conhecimento dominado por apenas 20 países no mundo.

O Amazônia-1 fornecerá imagens para o monitoramento ambiental e da agricultura em todo o território brasileiro com uma alta taxa de revisita (com áreas analisadas em intervalos de cinco dias). Ele servirá também para o monitoramento da região costeira, reservatórios de água, desastres ambientais, entre outras aplicações. Os dados estarão disponíveis tanto para cientistas e órgãos governamentais quanto para qualquer pessoa interessada.

Como destacou a revista Science, as câmeras do Amazônia-1, que cobrem uma área de 850 km com resolução de 65 metros, não serão mais nítidas do que as dos satélites já em operação, mas permitirão reduzir a lacuna temporal entre os sobrevoos de modo a gerar imagens com maior frequência maior. Isso aumenta as chances de se obter fotos nítidas sem cobertura das nuvens e permite às autoridades alertas mais rápidos sobre o desmatamento.

O satélite faz parte da Missão Amazônia, uma iniciativa do INPE e da Agência Espacial Brasileira, que prevê ainda o lançamento de outros dois satélites. No entanto, como explicou Salvador Nogueira no blog Mensageiro Sideral (Folha), não há muitos motivos para otimismo: ainda não existe perspectiva de financiamento para o desenvolvimento desses equipamentos, cada vez mais distante por conta da explosão do déficit público e o desinvestimento público em ciência e tecnologia nos últimos governos no Brasil.

O lançamento do Amazônia-1 ganhou grande repercussão na imprensa, com destaques em veículos como Agência Brasil, Estadão, Exame, G1, Galileu, Metrópoles, O Globo, Poder360 e UOL, entre outros.

 

ClimaInfo, de março de 2021.021.

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