“Mineração” de bitcoin consome mais eletricidade que países inteiros

mineração de bitcoins

A entrada de investidores peso-pesados no mercado de bitcoins, como o bilionário Elon Musk, fez com que o valor da moeda virtual disparasse a níveis históricos no ano passado. No entanto, junto com o valor do bitcoin, explodiu também a quantidade de energia consumida pelos investidores digitais na “mineração” da moeda. Pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido) criaram o Bitcoin Electricity Consumption Index, uma ferramenta que mede o uso de energia atrelada às operações com bitcoin. O volume de energia gasto nos últimos tempos é comparável, por exemplo, à pegada de carbono anual da Argentina. A BBC deu mais detalhes sobre esse índice.

A mineração de bitcoin, feita a partir de uma série complexa de algoritmos em computadores, é um processo que consome mais energia à medida que mais bitcoins são “minerados”. O volume total de bitcoins existentes no mercado virtual é tamanho que o processo de mineração não consegue mais ser feito em computadores tradicionais, mas sim em máquinas com alto poder de processamento – e, consequentemente, maior consumo de energia. O Guardian destacou essa situação, assinalando também a contradição de Musk, dono da Tesla e um dos entusiastas da ação contra a mudança do clima, ao entrar em um mercado com uma pegada de carbono tão alta como a do bitcoin.

Os defensores da moeda argumentam que a mineração dessa moeda virtual está sendo cada vez mais feita com eletricidade gerada por fontes renováveis, especialmente na Europa e nos EUA; no entanto, ambientalistas sustentam que a mineração está ocorrendo em locais onde a eletricidade é mais barata, gerada por fontes fósseis de energia. Um exemplo disso aconteceu no mês passado na pequena Abkhazia, uma república autônoma na Georgia, no Mar Negro: o consumo massivo de energia para mineração de bitcoins quase causou um apagão, forçando as autoridades locais a reprimir investidores locais e proibir o processo de fabricação da moeda virtual. A Reuters deu mais detalhes sobre esse caso.

 

ClimaInfo, 2 de março de 2021.

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