Restauração florestal ainda engatinha no Brasil

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Ontem, o Estadão antecipou detalhes do lançamento marcado para às 10h de hoje do Observatório da Restauração e Reflorestamento, uma plataforma encabeçada pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura que mapeou os projetos de restauração florestal realizados no Brasil nos últimos anos. O cenário esboçado não é animador: apenas cerca de 66 mil hectares de área florestal degradada foram restaurados, um número muito aquém da meta sugerida pelo próprio governo brasileiro em 2015, em sua primeira NDC para o Acordo de Paris, de recuperar 12 milhões de hectares de área desmatada até 2030. Se o país quiser mesmo cumprir essa meta, precisará intensificar muito seus esforços nos próximos nove anos.

A maior parte dos projetos de restauração mapeados pelo Observatório se encontra na Mata Atlântica (93%), um reflexo da própria situação do bioma – o mais desmatado do Brasil. A plataforma pretende estimular novos projetos e parcerias, apontando também os principais gargalos da restauração florestal no país. No futuro, ela permitirá identificar os benefícios gerados por cada projeto, como captura de carbono, melhora na qualidade do solo e da água, e geração de emprego e renda.

Em tempo: Uma análise feita pela ONG Rainforest Foundation Norway mostrou que cerca de dois terços das florestas tropicais naturais do mundo já foram degradadas ou destruídas. A extração madeireira e a conversão de terras, principalmente para agricultura, respondem pela maior parte dessa destruição (34%) e da degradação (30%). Mais da metade da destruição observada desde 2002 aconteceu na Amazônia. Reuters e Valor repercutiram o levantamento.

 

ClimaInfo, 8 de março de 2021.

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