A corrida dos carros elétricos pode acabar em um beco sem saída para seus investidores

10 de março de 2021

A animação do mercado financeiro com as empresas de veículos elétricos pode estar cegando investidores quanto aos riscos de muitas dessas companhias não conseguirem efetivamente sobreviver no futuro. O alerta é do megainvestidor Rob Arnott, que ressaltou a alta de 600% acumulada no ano passado pelas oito principais fabricantes de carros elétricos, que tiveram um salto no valor de mercado total para US$ 1 trilhão. Para ele, mesmo com um valor muito acima de suas concorrentes tradicionais, a Tesla segue tendo uma participação de mercado pequena, inclusive dentro do próprio segmento elétrico, com receitas bem menores em comparação com empresas como Toyota e Volkswagen. “Suspeitamos que, à medida que a competição de veículos elétricos esquenta, muitas empresas fracassarão, como foi o caso em booms anteriores da indústria – sejam automóveis, companhias aéreas ou tecnologia – e com o tempo o valor total da indústria diminuirá para níveis mais razoáveis”, escreveu Arnott, citado pela Bloomberg.

Falando em mercado aquecido, o preço internacional do lítio segue aumentando, o que gera preocupações entre as montadoras elétricas sobre o fornecimento limitado desse metal, crucial para a produção de baterias elétricas. Desde o início do ano, o preço do lítio na China, principal mercado, disparou 68%, chegando a US$ 11,2 mil a tonelada. O Wall Street Journal deu mais detalhes.

Em tempo: As montadoras automobilísticas não estão entusiasmadas com o impulso recente dos governos europeus para o desenvolvimento de combustível de hidrogênio verde para substituir a gasolina e o diesel. Segundo o Financial Times, o setor ainda enxerga com ceticismo a possibilidade dessa tecnologia avançar na próxima década a ponto de viabilizar o uso do hidrogênio para abastecer os veículos – tanto que a Mercedes, que investiu nesse nicho por décadas, abandonou no ano passado seu último projeto de célula de combustível. Por outro lado, rivais asiáticas como Toyota e Hyundai seguem interessadas no combustível e pretendem aproveitar os incentivos governamentais recentes para impulsionar o desenvolvimento tecnológico do hidrogênio.

 

ClimaInfo, 11 de março de 2021.

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