Gestão hídrica é fundamental para definir impacto da produção de biomassa, diz estudo

recursos hídricos

As preocupações internacionais com biocombustíveis giram em torno da disputa por terra com a produção de alimentos e a pressão sobre recursos hídricos escassos. O Potsdam Institute da Alemanha acaba de publicar um trabalho na Nature olhando para a irrigação na produção de biocombustíveis. Eles assumiram os níveis atuais de uso de água para irrigar plantações para produção de biocombustíveis e para geração direta de eletricidade e que as emissões seriam capturadas e armazenadas, a chamada BECCS (bio-energy with carbon capture and storage). Funcionando assim, haveria uma real e substantiva remoção de CO2 da atmosfera. Para limitar o aquecimento global em 1,5°C em 2050, a BECCS teria que remover 2 bilhões de toneladas de carbono por ano, algo como 5% das emissões globais atuais. O problema é que irrigar todas as plantações faria com que a área e a população vivendo em extremos de escassez hídrica simplesmente dobrassem. Os autores recomendam fortemente que será preciso controlar os usos múltiplos da água com uma precisão e rigor cada dia maiores. Vale ver o comentário no site do Potsdam e o artigo de Camila Souza Ramos, no Valor.

Embora a irrigação nas plantações de cana-de-açúcar sejam limitadas, seu uso correto é objeto de constantes recomendações. Há pouco mais de um ano, o Instituto Agronômico de São Paulo foi objeto de um artigo mostrando vantagens de uma irrigação bem gerenciada para a produtividade do canavial.

 

ClimaInfo, 11 de março de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)