O México não costuma aparecer nas manchetes sobre o desmatamento, embora tenha perdido por volta de 7,5% da sua cobertura florestal neste século. Desmata-se principalmente no sul do país, na fronteira com Guatemala e Belize e na península de Yucatã. Por isso, o governo anterior lançou um programa de pagamentos a donos de terra para preservar a vegetação nativa em suas propriedades. O atual governo de Manuel Obrador, o AMLO, trocou por outro, o Sembrando Vida (semeando vida), remunerando proprietários que restaurassem as matas. O que está acontecendo, segundo Max de Haldevang da Bloomberg, é que proprietários estão usando esses recursos para trocar vegetação nativa por espécies economicamente produtivas: frutíferas e as para a indústria madeireira. Um proprietário disse: “Bem, tenho meu hectare de selva, mas o programa está chegando, então eu vou cortar a selva, usar as árvores para minha casa ou para vender a madeira ou o que quer que seja e, quando o programa chegar, eu vou semear novamente.” De Haldevang conversou com o presidente que prometeu investigar o que está acontecendo.
Em tempo 1: Alastair Gee, no The Guardian, escreve sobre as perdas florestais irrecuperáveis. “Árvores perdidas para secas e incêndios não estão se recuperando. A mudança climática está afetando as florestas do mundo – e mudando radicalmente o meio ambiente diante de nossos olhos.” O artigo cobre desde os incêndios na Califórnia até a destruição da Floresta Amazônica se aproximando de um ponto sem volta. Mas o foco do artigo é o aumento da mortalidade de árvores e florestas por conta da mudança climática no mundo todo, dos trópicos ao norte temperado.
Em tempo 2: Polônia pretende voltar a cortar uma floresta Patrimônio Mundial da Unesco. Localizada na fronteira entre Polônia e Belarus, a floresta de Bialowieza foi objeto de intensa controvérsia entre os poloneses e a União Europeia nos últimos anos. Os poloneses querem cortar muita árvore, alegando que é a única maneira de conter uma praga que se espalha nos pinheiros da família Abeto. Os europeus e ambientalistas poloneses dizem que isso é apenas uma cortina de fumaça para seguir cortando árvores centenárias. A BBC e a Reuters deram a história.
Em tempo 3: A Indonésia sempre aparecia ao lado do Brasil quando se falava em desmatamento de florestas tropicais. Lá, se cortava floresta virgem para plantar palma. O país era um dos principais produtores de óleo de palma, junto com a vizinha Malásia. Uma intensa campanha europeia contra o óleo de palma de desmatamento forçou o governo a contê-lo. O resultado é claro: a taxa de desmatamento caiu 75% em 2020 só com ações de comando e controle para conter queimadas e a limpeza de terrenos antes cobertos pela floresta. A Reuters deu mais detalhes.
ClimaInfo, 11 de março de 2021.
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