A Amazônia está contribuindo para piorar o aquecimento global

Amazônia aquecimento global

O desmatamento e os incêndios atingiram tal escala que a floresta Amazônica está emitindo mais gases de efeito estufa do que o volume de dióxido de carbono que a vegetação absorve.

Já se sabia que o balanço de oxigênio da floresta é praticamente nulo, ou seja, o oxigênio que a floresta libera por meio da fotossíntese é praticamente igual ao que ela absorve por outros processos.

Em relação ao carbono, sabe-se que a floresta retira dióxido de carbono da atmosfera e o armazena no constante crescimento de novas árvores, galhos e do restante da biomassa. Assim, a floresta é tida como um sorvedouro importante de carbono.

O que não se conhecia bem eram as emissões de outros gases causadores do efeito estufa: metano, óxido nitroso, as partículas de fuligem e os compostos orgânicos voláteis biogênicos (BVOC). Um trabalho recém-publicado na Frontiers in Forests and Global Change conclui que, em termos do impacto sobre o aquecimento global, a floresta absorve menos dióxido de carbono do que a soma dessas outras emissões.

Parte dessas emissões vem de processos naturais, como a decomposição normal da biomassa ou de eventos como as secas provocadas pelo El Niño. No entanto, parte importante dessas emissões vem da destruição da floresta pelas atividades humanas e das queimadas usadas para limpar terrenos. A respeito do trabalho, a National Geographic publicou um artigo em Português e a Earther outro em Inglês chamando a descoberta de “chocante”.

Em tempo: O prof. Paulo Artaxo, da USP, escreveu um artigo no Jornal da USP falando da importância da Floresta Amazônica para o planeta e da sua destruição acelerada nos últimos anos. Ele diz que a necessária e urgente reversão desta tendência passa por “um modelo de desenvolvimento não baseado na destruição, mas na construção de um novo modelo socioeconômico que seja sustentável para a Amazônia e para o Brasil.” Artaxo avisou que o Jornal da USP publicará uma série de reportagens e artigos sobre a região.

 

ClimaInfo, 15 de março de 2021.

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