Biden e os limites da aspiração climática de seu governo

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Mesmo antes de assumir o governo dos EUA, Joe Biden afirmou publicamente que a questão climática se tornaria uma das referências mais importantes de sua política externa na Casa Branca. Em matéria neste final de semana, o NY Times ressaltou as dificuldades que a diplomacia norte-americana está tendo para fazer isso. Um exemplo recente disso foi a eleição de Mathias Cormann como secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): mesmo com um passado de declarações negacionistas, o australiano venceu a disputa com apoio decisivo dos EUA. Nesse caso, a prioridade da Casa Branca não era exatamente reforçar a atuação da OCDE no enfrentamento da mudança do clima, mas sim resgatar o relacionamento político com alguns aliados estratégicos que ficaram escanteados na administração anterior.

Outro caso é a questão da taxa de carbono que a União Europeia pretende aplicar sobre produtos importados de países com altas taxas de emissão de carbono. Os europeus esperavam que o novo governo norte-americano apoiasse a proposta, vista como um caminho para reaproximar EUA e União Europeia na diplomacia climática internacional. No entanto, como destacou o Financial Times, a Casa Branca não vê com bons olhos a ideia de uma taxa do carbono: segundo Kerry, essa medida teria “sérias implicações para o relacionamento comercial” transatlântico e precisa ser vista com maior cuidado pela UE.

 

ClimaInfo, 16 de março de 2021.

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