Combustível de lixo de baixíssimas emissões para a aviação

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A aviação é um dos setores que mais contribuem para o aquecimento global – 2,5% das emissões globais em 2018 – e que enfrentam a maior dificuldade para reduzi-las. Um combustível de avião precisa ter um dos mais altos conteúdos energéticos para voar alto e longe. O combustível precisa ser leve para não ter que queimar uma parte para transportar a outra parte. Há poucas opções no horizonte: baterias ainda são muito pesadas e biocombustíveis têm pouco conteúdo energético. A solução pode aparecer por uma rota inusitada. Até agora, o melhor aproveitamento energético de resíduos urbanos é a captura do biogás – basicamente metano – em aterros e biodigestores. Cientistas americanos abriram uma nova avenida de possibilidades.  Descobriram uma maneira de converter a fração orgânica dos resíduos urbanos em um tipo de parafina, transformando o lixo em ácidos graxos voláteis para, em seguida, convertê-los em dois tipos de parafina. Eles mostraram que a combinação dos dois substitui 70% da gasolina de aviação queimada nos jatos modernos, mantendo todas as especificações da indústria e dos reguladores aeronáuticos. De brinde, essa mistura reduz o material particulado da fumaça que sai dos jatos. Embora pouco visível, a fumaça é parte importante da pegada de carbono dos aviões que acaba sendo menor com o novo combustível. Por enquanto, os resultados foram os obtidos em laboratório. Há, ainda, um bom caminho a percorrer até chegar aos pátios dos aeroportos. Os resultados da pesquisa saíram na PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences). A BBC publicou uma matéria a respeito.

 

ClimaInfo, 17 de março de 2021.

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