Para a surpresa de rigorosamente ninguém, a deputada federal Carla Zambelli inaugurou seu mandato como presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara com um discurso que contou com pitacos do “guru ambiental” do governo Bolsonaro, Evaristo de Miranda, eterno candidato a ministro do meio ambiente sob Bolsonaro e um dos nomes mais proeminentes no tema ambiental dentro do Palácio do Planalto.
Segundo a Ana Flávia Gussen na Carta Capital, Miranda ajudou na redação do discurso de Zambelli, o que explicita ainda mais o tom governista que a Comissão deve adotar nos próximos dois anos na análise e no acompanhamento de um dos temas mais espinhosos e problemáticos do governo Bolsonaro. A reportagem destacou também as conexões entre Zambelli e Ricardo Salles, que precedem a vitória de Bolsonaro em 2018, e o avanço da bancada bolsonarista sobre a agenda socioambiental no Congresso Nacional, fortalecida com o comando de outras comissões importantes, como a de Constituição e Justiça (encabeçada pela deputada über-bolsonarista Bia Kicis) e da Agricultura (com Aline Sleutjes).
Em tempo: O Ministério Público Federal (MPF) segue no pé de Ricardo Salles. Segundo O Globo, procuradores federais recomendaram ao ministro a exoneração da superintendente do Ibama no Acre, Helen de Freitas Cavalcante, sob a justificativa de que ela “não possui a imparcialidade e o perfil profissional esperados” para a função. Cavalcante foi nomeada por Salles no começo do mês e vem sendo criticada desde então por seu histórico profissional como advogada de defesa de infratores ambientais na Amazônia. Além disso, o MPF também se posicionou contra duas portarias do Ibama que preveem censura e repressão a manifestações de servidores em redes sociais. Matheus Leitão deu mais detalhes na Veja.
ClimaInfo, 22 de março de 2021.
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