Congresso Nacional aprova menor orçamento para meio ambiente em duas décadas

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Um dos descalabros cometidos pelo Congresso Nacional na aprovação do polêmico orçamento federal para 2021 foi o esvaziamento brutal das contas do ministério do meio ambiente. A pasta terá neste ano a menor verba disponível desde 2000, com uma redução abismal de quase 40% de seu orçamento apenas nos últimos dois anos – não coincidentemente, os dois primeiros anos do governo Bolsonaro/Salles.

No Projeto Colabora, Oscar Valporto citou o deputado Nilto Tatto (SP), relator parcial de meio ambiente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), que teve todas as suas propostas de emenda orçamentária para a área negadas pelo relator da matéria, senador Márcio Bittar (AC). Em 2021, o MMA terá à sua disposição apenas R$ 1,73 bilhão, uma diminuição de 27,4% na comparação com o orçamento do ano passado.

“O orçamento aprovado não reflete os desafios que o país enfrenta e passa longe de garantir os recursos necessários para a proteção dos nossos biomas e para a saúde pública”, afirmou Luiza Lima, do Greenpeace, ao site Amazônia. “Ao aprovar o orçamento mais baixo para proteger florestas nos últimos 21 anos, senadores e deputados comprovam seu alinhamento com a política destrutiva de Bolsonaro, onde cortar o orçamento dos órgãos responsáveis por combater o desmatamento e as queimadas é mais uma peça do desmonte da proteção do meio ambiente no Brasil”.

Já a comissão de meio ambiente e desenvolvimento da Câmara, comandada pela bolsonarista Carla Zambelli (SP), convidou Ricardo Salles para prestar esclarecimentos sobre a redução do orçamento do meio ambiente. O convite foi proposto por parlamentares da oposição, que inicialmente queriam convocá-lo – o que o obrigaria a se apresentar diante do colegiado. No entanto, sob articulação do comando da comissão, a convocação acabou sendo rebaixada a um convite, o que desobriga Salles de se encontrar com os parlamentares. O Congresso em Foco deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 29 de março de 2021.

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