Mineração de cobalto explode no Congo por demanda de metal para as baterias de veículos elétricos

6 de abril de 2021

No começo do ano, a tonelada de cobalto na London Metal Exchange (LME) custava US$30.000. Na semana passada, a cotação passou dos US$ 50.000. Os sucessivos anúncios da indústria automobilística em direção aos veículos elétricos aumentaram a demanda por baterias, agora e por um bom tempo, principalmente as de Li-íon que precisam de quantidade importantes de cobalto.

O Congo (República Democrática), o grande país na África Central, detém 50% das reservas mundiais do metal e, hoje, responde por 75% de sua produção. Segundo matéria da Economist, 90% desta produção vem das grandes mineradoras, principalmente da Glenncore e da China Molybdenum.

Enquanto as operações industriais empregam cerca de 15.000 pessoas, os restantes 10% da produção vem de operações parecidas com nosso garimpo de ouro. São mais de 200.000 “garimpeiros” que acompanham pelo celular, a cotação do minério na LME. A atividade emprega mão de obra infantil em larga escala e em regime semiescravo. Na semana passada, o governo colocou toda a produção artesanal sob o controle da estatal congolesa, Gecamines, com promessas de erradicar o trabalho infantil e melhorar as condições de vida e o trabalho dos mineiros. Mas, segundo a matéria, alguns dizem que há máfias demais na atividade e que os agentes do governo só estariam atrás de subornos. O aumento da demanda por conta das automotivas só deve agravar a situação.

Em tempo: Enquanto o mercado corre atrás das baterias de lítio-íon, a BBC resgatou a história da bateria de ferro-níquel inventada 120 anos atrás na Suécia e patenteada nos EUA por Thomas Edison. Ela chegou a equipar os primeiros carros elétricos no começo do século passado. Sua densidade de energia, capacidade de recarga e durabilidade eram superiores às de chumbo ácido, mas a tecnologia perdia em preço e em performance em temperaturas ambientes baixas. As de chumbo acabaram ganhando o mercado e seguem sendo usadas até hoje.

A matéria da BBC conta que outra desvantagem da bateria de ferro-níquel era a liberação de hidrogênio durante a recarga. Na época, isso era um problema porque o hidrogênio explode e pega fogo com facilidade. Mas, nos dias de hoje, esta desvantagem pode se tornar o principal atrativo da tecnologia, posto que o hidrogênio é tido como o combustível que enterrará os fósseis.

 

ClimaInfo, 6 de abril de 2021.

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