A ciranda diplomática de EUA com Índia, China e Rússia na agenda climática

7 de abril de 2021

O enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, visita a Índia nesta semana em seu esforço para reposicionar a Casa Branca no tabuleiro climático internacional pós-Trump e pressionar outros players globais para elevar o grau de ambição de seus compromissos de mitigação sob o Acordo de Paris. O primeiro desafio de Kerry está em Nova Déli: o governo de Narendra Modi segue ignorando as cobranças internacionais e refuta, ao menos por ora, a possibilidade do país assumir um compromisso de neutralidade do carbono até 2050, em linha com o que vem sendo defendido pela ONU e adotado por outros países nos últimos meses, como Reino Unido, Alemanha, França e China. A Bloomberg apontou os desafios dos EUA na costura diplomática com os indianos: como no caso brasileiro com a Amazônia, Biden busca uma solução diplomática com a Índia, pautada pela colaboração bilateral para impulsionar a ação climática no país asiático. A Reuters destacou o tom colaborativo de Kerry nas conversas com o governo indiano: ele elogiou o país como um “líder mundial” na transição para fontes renováveis de energia e que Nova Déli está “cumprindo seu papel” no que diz respeito à luta contra a mudança do clima.

A passagem de Kerry na Índia também servirá para que EUA e Rússia realizem sua primeira conversa diplomática relativa à questão climática depois da posse de Biden. O diplomata norte-americano se encontrou com o ministro de relações exteriores russo, Sergei Lavrov, em Nova Déli, onde eles discutiram brevemente a preparação para a cúpula climática organizada pelos EUA no próximo dia 22. Um desafio importante de Kerry nas conversas sobre clima é dissociar o tema de outras questões internacionais espinhosas: no caso russo, além das tensões acumuladas nos últimos anos, o recrudescimento do conflito civil na Ucrânia nas últimas semanas coloca novos obstáculos à colaboração política entre os dois países. Essa preocupação também está presente nas conversas com a China, tida como a principal ameaça geopolítica dos EUA. Da mesma forma que com os russos, Kerry está adotando um tom mais cooperativo, ressaltando os interesses mútuos na superação da crise climática e na construção de uma economia pautada pelo carbono zero. CNBC e Reuters abordaram essa questão.

 

ClimaInfo, 7 de abril de 2021.

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