A América do Sul perdeu 16% da sua cobertura florestal entre 1985 e 2018. Neste período, houve um aumento de 56% em áreas de uso extensivo: pastagem, lavoura e reflorestamento. Especificamente, a área das pastagens aumentou em 16%, a de lavouras em 160% e a dos reflorestamentos em quase 300%. O Brasil desponta como o maior desmatador. A área antropizada aumentou 64%, passando de pouco mais de 240 milhões para quase 400 milhões de hectares, grande parte derrubando matas nativas nos nossos principais biomas. Esses números vêm de um trabalho que acaba de sair na Science e foi baseado na série histórica do Landsat. Os pesquisadores aplicaram uma nova metodologia para classificar os usos da terra.
Talvez um dos conjuntos de dados mais fortes seja o dos usos chamados de seminaturais, que englobam as terras abandonadas, as de pouco uso, as de uso de baixa intensidade e de pequena escala. Esse grupo cresceu 66% no período. Em 2018, representava 6% do continente todo e 16% de toda a área ocupada pelo ser humano. É como se esta terra tivesse sido desmatada e jogada fora.
ClimaInfo, 9 de abril de 2021.
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