Belize, Fiji e Moçambique têm pouca coisa entre si, mas um problema coloca os três no mesmo bote furado no meio do oceano da mudança do clima: uma enorme dívida externa. Esses países enfrentam os impactos da intensificação de eventos climáticos extremos, mas a falta de recursos e o “nome sujo na praça” dificultam esses esforços e impõem um desafio adicional à adaptação deles à crise climática. Com a pandemia, a situação ficou ainda mais delicada.
O NY Times abordou essa questão, destacando uma análise recente do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional que identifica a combinação de dívida, mudança climática e degradação ambiental como “um risco sistêmico para a economia global, que pode desencadear um ciclo que deprime receitas, aumenta gastos e exacerba vulnerabilidades climáticas e naturais”. Nos últimos meses, por causa da pandemia, essas instituições têm procurado convencer os principais credores globais a facilitar as condições para financiamento e quitação de empréstimos para países mais pobres e vulneráveis. A ideia é se chegar a um pacote internacional para financiar uma recuperação verde nessas nações mais vulneráveis antes da Conferência do Clima de Glasgow (COP26), programada para novembro de 2021.
Em tempo: O fundo soberano da Noruega, financiado pelos royalties da exploração de petróleo no país, realizou neste mês seu primeiro investimento em infraestrutura renovável. De acordo com o Financial Times, o fundo injetou cerca de 1,4 bilhão de euros para comprar 50% de participação em um parque eólico holandês de propriedade da empresa dinamarquesa Orsted. Segundo determinação do parlamento norueguês, o fundo poderá investir cerca de US$ 14,2 bilhões nos próximos meses em projetos de energia renovável, em uma tentativa de distanciar o portfólio de investimentos soberanos do setor petrolífero.
ClimaInfo, 8 de abril de 2021.
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