Os obstáculos no caminho do plano trilionário de Biden para o clima nos EUA

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O pacote de US$ 2 trilhões anunciado por Joe Biden para reformar a infraestrutura nos EUA e impulsionar a adoção de fontes renováveis de energia e a eletrificação da frota automotiva do país promete uma transformação histórica para a economia norte-americana. No entanto, os caminhos para que esse plano saia do papel ainda seguem obscuros por diferentes fatores.

O primeiro obstáculo está na matemática. O Congresso dos EUA aprovou há poucas semanas um pacote trilionário para reforçar os esforços de vacinação e de apoio financeiro às famílias durante a pandemia. A apresentação de outro pacote trilionário arrepiou a oposição republicana e alguns democratas moderados, temerosos quanto a uma possível explosão da dívida pública dos EUA. Como o NY Times explicou, a principal aposta de Biden nesse ponto é a aprovação de um aumento substancial de impostos federais sobre grandes fortunas e corporações bilionárias. Ao mesmo tempo, o Financial Times destacou outra aposta de Biden para superar o obstáculo financeiro: o estímulo para investimentos privados nesse plano de infraestrutura, o que aliviaria bastante seu peso fiscal.

Outro obstáculo está na substância do pacote: se o preço de US$ 2 trilhões assustou os mais conservadores, ele foi recebido com decepção por setores mais progressistas da base do governo Biden. A Al-Jazeera citou cobranças feitas por lideranças como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, que pediram um compromisso quase quatro vezes maior que o apresentado pela Casa Branca. Para eles, o pacote é bem-vindo, mas os EUA precisam dedicar mais esforços (e recursos) para efetivamente contribuir para a luta contra a crise climática. Outro problema, destacado pelo Grist, é a previsão de Biden de investir cerca de US$ 10 bilhões para a criação de um “exército climático” – um grupo de profissionais dedicado à conservação de terras públicas. Para especialistas, o montante reservado é insuficiente para que esse “exército” consiga realizar o trabalho esperado.

 

ClimaInfo, 8 de abril de 2021.

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