Vitória de partido antimineração na Groenlândia barra projeto de exploração em terras-raras

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Mineradoras internacionais acompanharam com atenção as eleições regionais realizadas na última 4ª feira (7/3) na Groenlândia. Uma das principais pautas da votação era um polêmico projeto de mineração em terras-raras no sul da ilha, tido como importante para alimentar as cadeias produtivas de várias tecnologias, em particular a das baterias elétricas. No entanto, o resultado foi um banho de água fria para elas: o partido de esquerda Inuit Ataqatigiit (IA), contrário à iniciativa, foi o grande vencedor das eleições. A BBC fez um panorama interessante sobre o impacto potencial dessa votação dentro e fora da Groenlândia.

Segundo o Departamento Geológico dos EUA, a área pretendida para o projeto, no sul da ilha, concentra a maior reserva inexplorada do mundo das chamadas terras-raras (um grupo de 17 metais abundantes na crosta terrestre, mas de obtenção difícil, dada sua baixa concentração e, além do mais, cara). Para os defensores do projeto de mineração Kvanejfeld, ele seria um bilhete premiado em termos de arrecadação que poderia impulsionar a independência da ilha, que hoje vive de repasses financeiros da Dinamarca e da renda obtida pela indústria da pesca. Já os críticos do projeto apontam para o risco de contaminação e vazamento de rejeitos da mineração.

Ao mesmo tempo, a questão geopolítica também complicava a equação política. O projeto do Kvanejfeld é encabeçado por uma mineradora australiana, mas com dinheiro e tecnologia da China. Uma eventual presença chinesa na região era motivo de preocupação dos EUA, que também estavam incomodados com a possibilidade dos chineses terem acesso a recursos minerais raros. Financial Times e Wall Street Journal também abordaram a notícia.

 

ClimaInfo, 9 de abril de 2021.

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