Comércio exterior: Brasil e outras economias emergentes rejeitam taxa de carbono da União Europeia

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O grupo BASIC – que reúne as economias emergentes do Brasil, África do Sul, Índia e China nas negociações climáticas – divulgou comunicado nesta 2ª feira (12/4) criticando duramente a proposta da União Europeia de impor uma “taxa do carbono” sobre a importação de produtos originários de mercados com altas emissões de gases de efeito estufa.

Para esses países, a proposta que vem sendo discutida pela UE nos últimos meses, na esteira do plano de retomada verde pós-pandemia e da revisão dos compromissos do bloco para o Acordo de Paris, representaria a introdução de barreiras comerciais “discriminatórias e contrários aos princípios de equidade e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.

O Climate Home destacou os dois lados desse debate. Para os europeus, a taxa é fundamental para evitar o chamado “vazamento do carbono”, ou seja, a transferência de atividades com altas emissões para fora do bloco, de maneira que essas empresas continuariam produzindo para atender ao mercado europeu sem precisar reduzir emissões de carbono. Já os países emergentes temem que esse mecanismo acabe impondo um peso adicional sobre suas indústrias nacionais, que não possuem os mesmos recursos e capacidades de suas contrapartes europeias para “limpar” suas operações. O Valor também repercutiu o comunicado do BASIC.

Em tempo: Usinas de etanol e fornecedores independentes de cana-de-açúcar estão duelando em torno da divisão das receitas dos créditos de carbono do RenovaBio. Isso porque, a despeito do programa obrigar as distribuidoras a comprar os chamados créditos de descarbonização (CBios) dos produtores de biocombustíveis, ele deixou as regras de divisão dessa receita a cargo de agentes privados, que não estão conseguindo chegar a um acordo. O Valor deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 13 de abril de 2021.

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