Mesmo com pandemia, Reino Unido insiste em COP26 presencial 

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O presidente da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), Alok Sharma, reforçou ontem (14/4) que o governo do Reino Unido segue trabalhando com a possibilidade de um encontro presencial em novembro, na cidade escocesa de Glasgow. A questão vem ganhando espaço nas discussões recentes sobre o tema, já que a vacinação ainda tropeça na maior parte dos países em desenvolvimento, o que prejudica as perspectivas para que seus representantes possam viajar e participar da reunião no final do ano. “Estamos trabalhando muito para garantir a entrega de uma COP presencial, com a participação de todos os países em condições de igualdade”, afirmou Sharma em sessão do Parlamento britânico. “Isso é muito importante, já que muitos países acreditam fortemente que as negociações devem ser presenciais”. A Reuters repercutiu a fala de Sharma.

Mas a incerteza segue forte. Na BBC, o ex-secretário- executivo da UNFCCC, Yvo de Boer, disse que um novo adiamento da COP26 seria menos danoso do que a realização de uma conferência em circunstâncias mais restritivas. Uma das possibilidades na mesa é a realização de uma conferência híbrida, com algumas sessões virtuais e as partes mais importantes da agenda de negociação da COP26 sendo discutidas fisicamente em Glasgow. No entanto, mesmo esse caminho impõe dificuldades importantes para o processo de negociação, já que dificultaria a chamada “diplomacia dos bastidores”.

Em tempo: A comunidade internacional de negociadores do clima lamentou a morte do diplomata norte-americano Paul Oquist, que serviu como enviado especial da Nicarágua para as negociações climáticas nos últimos anos. Oquist era respeitado entre seus colegas, a despeito de sua oposição ao Acordo de Paris – segundo ele, o documento não era ambicioso o suficiente para conter as emissões globais de carbono. Ainda assim, sua atuação foi marcada pela defesa dos interesses dos países mais pobres e vulneráveis à crise climática. Oquist também atuava como copresidente do conselho do Fundo Climático Verde (GCF) da ONU, para o qual foi indicado em 2018. O Climate Home deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 15 de abril de 2021.

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