As oportunidades que a cúpula climática oferece ao Brasil – e que devem ser desperdiçadas por Bolsonaro

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O esforço político de Biden para recolocar os EUA na dianteira da diplomacia climática global representa uma oportunidade ímpar para os países da América Latina avançarem substancialmente nessa agenda, destacaram Guy Edwards e Benjamin Gedan no Project Syndicate. Uma das áreas que oferecem possibilidades mais promissoras é a da energia: para eles, a prioridade de Biden para as fontes renováveis pode abrir oportunidades para que as empresas de energia norte-americanas que atuam na região também busquem uma transição para energia limpa em projetos na América Latina.

No blog Democracia e Diplomacia (UOL), a professora Helena Margarido Moreira (Anhembi Morumbi) ressaltou alguns dos motivos pelos quais essas oportunidades não serão aproveitadas pelo governo Bolsonaro. “Não me parece haver dúvidas que o negacionismo está na base do projeto do atual governo, um projeto de desmonte e destruição”, escreveu ela, argumentando que a questão da soberania, frequentemente levantada por Bolsonaro e Salles como “bandeira” do governo na Amazônia, não passa de um “espantalho” para arregimentar apoiadores mais radicais. “A pressão internacional se dá sobre políticas que não estão sendo implementadas e nem apresentadas em detalhes pelo governo para garantir a proteção dos biomas, zerar o desmatamento ilegal, proteger as populações indígenas e as populações mais vulneráveis”. Ilona Szabó refletiu na mesma linha na Folha, lembrando que o discurso “ambiental” que Bolsonaro vem ensaiando nos últimos tempos acontece ao mesmo tempo em que o governo avança com projetos com potencial de destruição ambiental no Congresso Nacional.

 

ClimaInfo, 22 de abril de 2021.

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