Crise climática impulsiona os lucros da indústria da segurança

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A mudança climática está ajudando a indústria que vende segurança nacional a ficar cada vez mais rica. Secas, como a da Síria na década passada, fizeram explodir uma guerra civil e levaram milhares de pessoas a arriscar a travessia do Mediterrâneo, rumo à Europa. Conflitos acirrados pela crise climática são cada vez mais frequentes e chocantes. E por conta das levas de migrantes, muitos países militarizam suas fronteiras,  erguendo muros e  instalando sistemas de vigilância cada vez mais sofisticados, atendendo a eleitores com pesadelos xenófobos. Falando sobre uma extrema-direita encampando esses pesadelos, a professora Daria Davitt, da universidade inglesa de Nottingham, diz que “a migração tem sido retratada, na UE e no Norte Global em geral, como uma ameaça à ‘nossa’ prosperidade econômica, identidade cultural e ‘valores’”, e completa: “Definir a chegada dos migrantes como uma ameaça à segurança requer respostas de segurança, que a indústria de fronteira e vigilância está, naturalmente, em melhor posição para fornecer os serviços que oferece.” A Open Democracy trouxe um artigo sobre o tema.

Em tempo: Na semana passada, o presidente Biden anunciou a retirada completa das forças americanas no Afeganistão até 11 de setembro, uma das suas promessas de campanha. Talvez por trás do anúncio, esteja mais uma seca histórica, deixando milhões de afegãos à beira da fome e sede. Segundo Necephor Mghendi, da Cruz Vermelha, “esta é uma das piores secas já ocorridas no Afeganistão e milhões de pessoas estão mal conseguindo sobreviver. Elas estão caminhando longas distâncias, pois a água potável está se esgotando e as colheitas falhando.” Mhd Assem Mayar, no Afghanistan Analysts Network, escreve que, neste século, o país vem sofrendo mais secas do que antes. “Metade das terras agrícolas do Afeganistão depende das chuvas da primavera, que se tornaram menos confiáveis por causa das mudanças climáticas. As secas anuais em muitas partes do país provavelmente se tornarão a norma até 2030.”

 

ClimaInfo, 22 de abril de 2021.

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