Redução de HFCs: sociedade civil demanda da Câmara a aprovação da Emenda Kigali

25 de abril de 2021

Eliminar as emissões de gases refrigerantes deveria ser o mais fácil. A ciência já apontou que uma família de gases, que esquentam mais de mil vezes o que o dióxido de carbono, é usada apenas para expandir o isolamento térmico de geladeiras e aparelhos de ar condicionado. Substituí-los por outros, mais eficientes e menos impactantes, esbarra, aqui, no governo negacionista de Bolsonaro.

Há alguns anos, governantes chegaram a um acordo para a eliminação destes gases. O Tratado de Kigali, Ruanda, onde a negociação foi fechada há 5 anos, ainda carece da aprovação pelo Estado brasileiro. O texto, pronto, anda a passos lentos no Congresso, principalmente por falta de empenho e interesse do governo federal. Banir estes gases interessa aos fabricantes, mas a ideia não entra no radar da tosca percepção de mundo dos Bolsonaros.

Clauber Leite, do IDEC, escreveu a respeito n’O Globo, aludindo às cerejeiras que se abrem em flor cada vez mais cedo devido ao aquecimento global. O agora deputado Aécio Neves, presidindo o comitê de relações exteriores, quer celeridade no processo de ratificação. A notícia saiu em várias n’O Globo, com comentário de Merval Pereira , e em vários outros veículos.

Em tempo: As geladeiras e os aparelhos de ar condicionado são os maiores compradores desta família de gases impactantes. Aqui no Brasil, os fabricantes das duas linhas produzem o que há de mais atrasado tecnologicamente e, assim, impactam duplamente o ambiente, pois consomem mais eletricidade do que nos países de origem. O discurso de que temos a matriz elétrica mais limpa, esconde o fato de que há emissões crescentes na nossa geração de eletricidade. O pensamento de um nacionalismo completamente retrógrado, segundo o qual o problema do aquecimento global é dos outros, preserva um nicho para equipamentos de refrigeração mais do que ultrapassados. Kamyla Borges e Rodolfo Gomes, na Época, exploram o abismo e as saídas para o país – que gerariam lucros maiores para a nação. Eliane Oliveira, n’O Globo, comenta a oportunidade de negócios de uma refrigeração alinhada com Paris – se o Congresso se empenhar para ratificar Kigali.

 

ClimaInfo, 26 de abril de 2021.

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