A Alemanha se prepara para as eleições nacionais mais importantes em uma geração. Isso porque, depois de 16 anos, a conservadora Angela Merkel não estará entre os candidatos para comandar o governo do país na votação de setembro próximo. A saída de Merkel coloca em aberto o futuro da principal economia da União Europeia e de um dos países que encabeçaram esforços recentes dentro do bloco para ampliar os objetivos e as políticas climáticas do continente.
Um dos destaques da imprensa internacional nas últimas semanas foi o crescimento do Partido Verde alemão, que superou o histórico Partido Social Democrata nas pesquisas e se consolidou como a principal alternativa política à Democracia Cristã de Merkel. A campanha verde será encabeçada por Annalena Baerbock, de 40 anos, que conserva uma popularidade superior a de seus principais adversários na disputa pela sucessão de Merkel – o conservador Amir Laschet e o social-democrata Olaf Scholz. Como Ana Estela de Sousa Pinto destacou na Folha, um dos pontos fortes dos Verdes alemães está em seu apelo com o eleitorado mais jovem. Nos últimos meses, o partido acumulou resultados positivos em disputas regionais na Alemanha, o que os motivou a entrar na campanha nacional com uma candidata ao governo alemão pela 1ª vez em mais de quatro décadas.
Bloomberg e Financial Times também destacaram a popularidade de Baerbock e as chances dos Verdes na eleição de setembro. Caso o partido consiga chegar ao governo, será a primeira experiência de um partido com programa ambientalista no comando de um grande país europeu. No entanto, as pesquisas desenham um cenário mais fragmentado, o que significa que um eventual governo verde dependerá de alianças com outros partidos – e, possivelmente, sob o custo de enfraquecer a ambição da plataforma eleitoral do partido. Para a Economist, a próxima eleição oferecerá uma chance única para os eleitores alemães, com partidos, propostas e lideranças de perfis distintos.
ClimaInfo, 27 de abril de 2021.
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