Energia nuclear: desastre de Chernobyl completa 35 anos

Chernobyl

Há 35 anos, uma explosão na usina nuclear de Chernobyl, há pouco mais de 100 km de Kiev, na Ucrânia, causou um dos maiores desastres da história da humanidade. Mais de três décadas depois, as marcas ainda estão vivas na memória de quem sofreu com a perda de familiares, amigos e de suas próprias casas, abandonadas às pressas por causa da radioatividade. Mesmo aqueles que sequer tinham nascido na época do acidente viveram suas vidas sob a sombra da contaminação, com o desenvolvimento de doenças causadas pela radiação.

No entanto, dois estudos publicados na Science neste mês trouxeram mais conforto aos sobreviventes e a seus filhos e netos. Liderado por uma equipe internacional de pesquisadores, os estudos analisaram os efeitos da radiação nos filhos das pessoas expostas (em particular, os chamados “liquidadores” utilizados pela União Soviética para apagar o incêndio no reator e limpar a área da usina) e a ocorrência de câncer de tireoide. As duas análises apontaram que não houve danos adicionais ao DNA de crianças nascidas de pais expostos à radiação de Chernobyl antes delas serem concebidas, o que significa que não houve dano genético hereditário. BBC Brasil, CNN e Wired deram mais detalhes sobre o estudo.

Guardian, National Geographic e Sky News visitaram a cidade fantasma de Pripyat, localizada perto da usina, e destacaram a proposta do governo ucraniano para transformar o entorno de Chernobyl em Patrimônio Mundial da UNESCO, com o objetivo de garantir recursos para a manutenção da área e, eventualmente, atrair turistas para visitar a região. Já a Al-Jazeera abordou as dúvidas em torno da indústria elétrica nuclear na Ucrânia, um país em crise política permanente na última década e que sofre com problemas graves de corrupção.

Em tempo: A polêmica em torno do despejo da água da usina de Fukushima no mar segue intensa no Japão. Segundo a Reuters, a China pediu à Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) para criar um grupo de trabalho com especialistas de países da região para analisar o caso e monitorar a ação japonesa. Além dos chineses, o governo da Coreia do Sul também manifestou preocupação com o descarte da água de Fukushima. As autoridades japonesas asseguram que seguiram os protocolos mais rígidos para descontaminação e que, por razões operacionais, precisam se desfazer da água acumulada em reservatórios da usina para seguir com seu processo de descomissionamento.

 

ClimaInfo, 27 de abril de 2021.

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