As emissões de carbono associadas aos serviços oferecidos pelas principais instituições financeiras do mundo são, em média, mais de 700 vezes maiores do que suas emissões diretas, de acordo com um levantamento divulgado pela CDP na última 4ª feira (28/4). Ao mesmo tempo, apenas 25% das 332 instituições que participaram do primeiro questionário de mudança do clima de serviços financeiros da CDP relataram emissões de carbono em seus portfólios. As 84 organizações que divulgaram o impacto de seu portfólio – que incluem Grupo AXA, BNP Paribas , HSBC, entre outros – detém US $ 27 trilhões de ativos; no entanto, mais da metade dessas organizações incluíram menos de 50% de seus portfólios em seus relatórios de emissões financiadas.
O relatório The Time to Green Finance destacou que quase todos os impactos relacionados ao clima dos bancos decorrem de seus serviços de financiamento à economia em geral. Além de subestimar as emissões associadas a seu portfólio de financiamento, boa parte dessas instituições também segue ignorando os riscos relacionados ao clima. As instituições financeiras identificam mais comumente riscos operacionais diretos relacionados ao clima, como danos físicos às suas operações (41%), mas a grande maioria ainda não está relatando riscos de crédito (65%), como inadimplência de tomadores de empréstimos em reembolsos de empréstimos, e riscos de mercado (74%), como ativos improdutivos e desvalorização do preço dos ativos financeiros.
Por outro lado, o relatório também destaca que essas instituições financeiras estão atentas às oportunidades da transição para o baixo carbono. 76% delas identificaram oportunidades em produtos financeiros sustentáveis (como empréstimos vinculados à sustentabilidade, títulos verdes, fundos de investimento sustentável etc.) no valor de até US$ 2,9 trilhões.
Os dados da CDP foram destacados por Bloomberg, Financial Times e Reuters.
ClimaInfo, 30 de abril de 2021.
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