Emenda de Kigali: EUA querem cortar 85% de emissões de gases de refrigeração HFCs até 2035

emissões HFC

A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) anunciou nesta 2ª feira (3/5) que pretende impor novas restrições às emissões de gases hidrofluorcarbonetos, utilizados em aparelhos de ar-condicionado e refrigeradores, como parte do esforço do governo de Joe Biden para aumentar a ambição dos compromissos climáticos do país. De acordo com a EPA, a ideia é que o uso desse tipo de gás seja reduzido em 85% nos próximos 15 anos, o que evitaria a liberação de 4,7 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 entre 2022 e 2050 – um volume de gases de efeito estufa igual ao das emissões do setor de energia dos EUA em três anos. Bloomberg, Financial Times, Guardian, NY Times, Reuters e Washington Post repercutiram o anúncio.

A medida se alinha aos esforços internacionais recentes no âmbito da Convenção de Viena e do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio. Em 2016, os países aprovaram a chamada Emenda de Kigali, que inclui os HFCs entre os gases a serem abandonados pela indústria global. Embora não causem danos à camada de ozônio, eles são poderosos agentes de efeito estufa. O Brasil é parte do Protocolo, mas ainda precisa ratificar a Emenda. No mês passado, organizações da sociedade civil pediram ao Congresso Nacional que avance com esse processo, sob o custo de prejudicar a competitividade da indústria nacional frente aos concorrentes internacionais.

Em tempo: Clauber Leite (IDEC) e Rodolfo Gomes (IEI-Brasil) escreveram na Envolverde sobre a proposta de revisão das regras do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) das geladeiras e freezers. A proposição apresentada pelo INMETRO mantém os aparelhos vendidos no Brasil com níveis de eficiência muito inferiores aos observados na maior parte do mundo. Para eles, isso coloca os consumidores brasileiros numa verdadeira “fria” (desculpem-nos pelo trocadilho): “Não podemos correr o risco de continuar com padrões distantes dos adotados no resto do mundo, que pressionam nossas contas de luz e nos deixam na lanterna global das geladeiras justamente num momento em que alta eficiência se tornou palavra de ordem para uma retomada econômica na medida necessária para os novos tempos”.

 

ClimaInfo, 5 de maio de 2021.

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