Investimentos verdes: BlackRock é questionada sobre financiamento à indústria de óleo de palma na Indonésia

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O maior grupo de investimentos do mundo, a BlackRock, está sendo acusado por ambientalistas e ativistas climáticos de contrariar seus próprios compromissos contra a mudança do clima ao beneficiar interesses relacionados à produção de óleo de palma na Indonésia, responsável pelo desmatamento tropical no país. Segundo o Financial Times, a BlackRock é acionista da empresa Astra International, que possui uma subsidiária indonésia acusada de crimes ambientais e fundiários. Essa empresa fornece óleo de palma para a multinacional Procter & Gamble, que vem sendo pressionada pela própria BlackRock a reforçar aspectos socioambientais em suas cadeias de suprimento.

Falando na BlackRock, a Bloomberg destacou a aprovação de propostas climáticas de seus acionistas. Em seu relatório administrativo mais recente, o grupo confirmou que aprovou 12 das 16 propostas apresentadas por seus acionistas relacionadas a questões socioambientais nos primeiros meses de 2021. Ao mesmo tempo, ambientalistas sustentam que questões mais substanciais e urgentes ainda não foram endereçadas pela BlackRock – por exemplo, a participação dela em empresas como ExxonMobil e Duke Energy. A Reuters também repercutiu essa notícia.

Em tempo: Enquanto o mercado financeiro se anima com novas oportunidades para investimentos com metas ambientais, sociais e de governança (ESG), um dos maiores investidores do mundo parece não dar muita bola para isso. Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, se posicionou contrário à aprovação de duas resoluções de acionistas durante a reunião anual de investidores, na semana passada. As propostas cobravam a realização de relatórios anuais sobre como as empresas que integram seu portfólio estão lidando com questões climáticas e de diversidade e inclusão. Como a Reuters destacou, a oposição de Buffett causou incômodo em Wall Street, com acionistas da Berkshire protestando publicamente contra o desinteresse da companhia em endereçar essas preocupações. Estadão, NY Times, Independent e Wall Street Journal também abordaram a reação do mercado financeiro à decisão de Buffett.

 

ClimaInfo, 6 de maio de 2021.

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