E segue a boiada: Bolsonaro promete votação sobre regularização fundiária nos próximos dias

regularização fundiária

Satisfeito com a aprovação do PL do (anti) licenciamento ambiental na Câmara, Bolsonaro quer aproveitar o momento para seguir “tocando a boiada” sem medo sobre o meio ambiente no Brasil. O presidente disse que seus aliados do Centrão pretendem votar e aprovar nos próximos dias um projeto de lei que amplia a regularização fundiária, beneficiando invasores de Terras Públicas. No ano passado, o governo chegou a publicar uma medida provisória sobre o assunto, a chamada “MP da Grilagem”, que acabou não sendo votada pelo Congresso e perdeu sua validade. O Estadão deu mais informações sobre essa promessa.

Além de sinalizar em favor dos interesses dos grileiros, Bolsonaro também aproveitou para defender os garimpeiros: em conversa com apoiadores, o presidente disse que “não é justo” criminalizar essa atividade no país – a despeito de sua relação com ilegalidades e crimes violentos no interior do Brasil, especialmente na Amazônia.

Sobre o ataque criminoso de garimpeiros contra uma comunidade indígena na Terra Yanomami, que deixou duas crianças mortas na semana passada, Bolsonaro não gastou sequer uma gotícula de saliva presidencial para comentar.

Por falar em saliva, servidores do ICMBio voltaram a denunciar a interferência do ministério do meio ambiente em uma operação contra grileiros no Pará. Na semana passada, a entidade representativa ASCEMA divulgou mensagens que mostram a decisão do comando do órgão para “mudar o foco” da operação, abandonando seu objetivo inicial de desbaratar o crime ambiental em favor de um simples levantamento sobre o desmatamento na Reserva Biológica das Nascentes da Serra do Cachimbo. O Jornal Nacional (TV Globo) e o G1 deram mais detalhes.

Enquanto isso, também no Pará, a Polícia Civil do estado prendeu o garimpeiro Gilson Spier, apontado como um dos principais envolvidos na extração ilegal de ouro da Terra Indígena Munduruku. Segundo a Folha, Spier foi preso em Jacareacanga depois de fugir de uma área sobre a qual o ministro Ricardo Salles e agentes do IBAMA e do ICMBio sobrevoavam na última 4a feira (12/5).

Em tempo: Segundo informou Ancelmo Gois n’O Globo, Salles recebeu um apelido “carinhoso” entre representantes da agência de proteção ambiental (EPA) dos EUA, país com o qual ele tem encabeçado negociações para fechar um acordo de cooperação financeira para proteção da Amazônia: Mr. Chainsaw – em português, Senhor Motosserra. Alguém surpreso?

 

ClimaInfo, 17 de maio de 2021.

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