Falta de chuvas pode prejudicar produção agrícola em plena alta internacional de commodities

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A tábua de salvação da economia brasileira nos últimos meses tem sido o aumento na demanda internacional por commodities agrícolas, beneficiadas pela retomada da atividade econômica na China e em outros mercados internacionais, como Europa e EUA. Combinada com a desvalorização do Real frente ao Dólar, a expectativa é de que as exportações sigam crescendo e compensando parte dos efeitos negativos da persistência da pandemia no Brasil até o final de 2021.

No entanto, dois fatores levantam dúvidas quanto à possibilidade do Brasil aproveitar plenamente esse boom no mercado global de commodities. Primeiro, como destacado pelo Valor, a maior parte dos economistas ainda não enxerga o movimento recente de valorização das commodities como sinal de um novo superciclo, tal como aquele experimentado nos anos 2000, mas como uma onda que deve durar entre 12 e 18 meses.

O outro fator que preocupa está no clima: a temporada chuvosa de 2020-2021 foi uma das piores da história recente do Brasil, o que pode prejudicar produções importantes do agro brasileiro, como a de suco de laranja e de café. A Bloomberg fez uma análise sobre a situação e como a falta de água pode frear os negócios da agricultura brasileira nos próximos meses.

Falando em falta d’água, o governo federal enxerga cada vez mais o risco de aumento nos custos da energia elétrica, decorrente da queda dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas e do acionamento subsequente das termelétricas. De acordo com o Estadão, o ministério da economia teme que a eletricidade mais cara traga problemas adicionais para a retomada da economia brasileira – em particular, o risco de inflação.

 

ClimaInfo, 19 de maio de 2021.

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