No pior momento da pandemia, Índia sofre com a passagem do ciclone Tauktae

ciclone Tauktae

O primeiro grande ciclone do ano passou pelo litoral oeste da Índia neste começo de semana. O Tauktae, classificado como extremamente severo, correspondendo ao limite superior de um Categoria 3, passou muito perto de Mumbai, a 2ª maior cidade do país, com cerca de 20 milhões de habitantes. Como o governo preparou abrigos e deu avisos de evacuação, o número de mortos até agora é baixo, pelo menos 33. Porém esse número pode subir porque várias barcaças foram atingidas. Uma, com 260 pessoas afundou e 80 ainda estão desaparecidas. Agora, além dos danos, uma das preocupações é com uma agudização da pandemia por conta da aglomeração nos abrigos. Até ontem à tarde, as notícias mais recentes estavam no noticiário local das News18, Indian Express e NDTV e nas seções internacionais da Reuters, The Guardian, CNN e BBC. A Folha também deu a notícia por aqui.

O Tauktae é um fenômeno relativamente novo. A Índia é atingida por mais de 5 ciclones fortes por ano, mas do lado leste, o da Baía de Bengala. O lado oeste, o do Mar Arábico, não costumava receber mais de um ciclone forte por ano. A principal corrente deste lado vem com as águas frias que sobem pela costa oriental da África desde a Antártica. Esta corrente emerge justamente na extremidade sul da Índia, onde encontra as águas quentes que passam por todo o Sudeste Asiático. A ciência estima que ⅔ dos ciclones que vêm do Mar Arábico decorrem da mudança climática que está aquecendo as águas do Mar. O India Today e o Climate Change News abordaram o aquecimento das águas no oeste do país.

Em tempo: Uma análise da Verisk Maplecroft, voltada para o mundo dos investimentos, alerta que cidades como Jakarta, Delhi, Chennai e Wuhan, na Ásia deverão continuar a sofrer os piores impactos da mudança climática, como falta d’água, calor extremo, poluição e eventos extremos. Da lista das 100 cidades mais vulneráveis, 99 ficam na Ásia. Jakarta foi considerada a mais vulnerável, seguida das cidades indianas. Climate Change News comentou o trabalho.

 

ClimaInfo, 19 de maio de 2021.

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