Ativistas conseguem vitória histórica e indicam diretores para compor conselho da ExxonMobil

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Ainda ontem (26/5) a petroleira norte-americana ExxonMobil teve que engolir mudanças substanciais em seu conselho administrativo, com a inclusão de nomes que representam os interesses de investidores preocupados com a crise climática. O grupo de investidores-ativistas Engine N.1 emplacou ao menos dois indicados na composição do conselho de administração da companhia. Há a possibilidade de outra vaga também ser conquistada, a depender dos resultados finais da assembleia anual de acionistas. Se confirmada, ela levará o grupo a ocupar 25% do colegiado, o que aumenta consideravelmente a capacidade e o poder de pressão sobre a direção da ExxonMobil no que diz respeito à sua estratégia climática.

Nos últimos tempos, o Engine N.1 (que possui apenas 0,02% de participação na companhia) se aproximou de outros investidores, especialmente fundos de pensão e gestoras de investimentos, para obter apoio à sua proposta de mudança no conselho da Exxon. A grande virada aconteceu nos dias que antecederam a assembleia, quando a gigante BlackRock (2ª maior acionista, com 6,7% das ações) se posicionou favorável à proposta.

Assim, o CEO da ExxonMobil, Darren Woods, enfrentará um cenário inédito da história de uma das maiores petroleiras do mundo: a pressão por mais ambição e ação contra a mudança do clima deixa de se limitar aos protestos do lado de fora e passam a acontecer do lado de dentro, no conselho de administração.

Associated Press, Bloomberg, Financial Times, Guardian, NY Times, Reuters, Wall Street Journal e Washington Post repercutiram.

Em tempo: Os acionistas de outra petroleira norte-americana, a Chevron, também concordaram nesta 4ª feira com uma proposta para estabelecer metas de redução de emissões de carbono associadas ao consumo de seus produtos. Como a Reuters destacou, embora a proposta não exija que a Chevron estabeleça um prazo ou montante definido de redução de emissões, o apoio esmagador (mais de 61% dos votos dos acionistas) mostrou a crescente frustração dos investidores com a falta de ambição dos objetivos e estratégias de clima da indústria do petróleo.

 

ClimaInfo, 27 de maio de 2021.

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