Novo ataque de garimpeiros a indígenas na Amazônia 

Povos Indígenas ataques

Mais uma vez, Povos Indígenas da Amazônia são alvo de agressões por criminosos. Dez dias após uma comunidade Yanomami ser alvo de um ataque a tiros, ontem (26/5) um grupo de garimpeiros ilegais atacou uma aldeia na Terra Indígena Munduruku. Segundo representantes indígenas, o ataque seria uma resposta à megaoperação realizada pela Polícia Federal nas TIs Mundurukus e Sai Cinza, no sul do Pará. Um dos alvos da agressão foi a líder Munduruku Maria Leusa, que teve sua casa na aldeia Fazenda Tapajós, perto de Jacareacanga, incendiada pelos criminosos. Em março passado, a sede da associação chefiada por Maria Leusa foi atacada na mesma cidade por um grupo de Mundurukus favoráveis ao garimpo. A Folha traz o relato e imagens da destruição causada na aldeia.

Os garimpeiros também atacaram as forças policiais responsáveis pela operação antigarimpo. De acordo com o G1/Rede Liberal, um grupo tentou invadir uma base de operações da PF e depredar aeronaves e equipamentos policiais. Bombas de gás lacrimogêneo foram utilizadas pelos policiais para dispersar os garimpeiros; ao menos dez deles ficaram feridos no confronto.

No Estadão, André Borges revelou uma troca de mensagens entre garimpeiros e o vice-prefeito de Jacareacanga, Valmar Kaba, na qual eles combinaram ações de protesto contra a presença dos policiais, como o fechamento de estabelecimentos comerciais e o bloqueio de ruas e vias de acesso.

No Twitter, o governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou que o comandante regional da Polícia Militar do estado foi enviado para Jacareacanga para “fazer a mediação com os órgãos federais para uma negociação pacífica e preservar a população”.

O Instituto Socioambiental (ISA) destacou a denúncia feita pela deputada federal Joênia Wapichana (RR), que pediu à Comissão de Direitos Humanos da Câmara que tome providências sobre a situação dos Mundurukus. “A informação da operação teria vazado entre os garimpeiros e agora [eles] estão ameaçando os indígenas, com tiroteios, incendiando casas, de lideranças Munduruku, no estado do Pará”, disse Joenia. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) também reagiram ao ataque de garimpeiros na TI Munduruku. A rotina de terror se repete também na TI Yanomami, em Roraima, sob ataque intenso desde o início do mês”, apontaram as entidades em nota.

 

ClimaInfo, 27 de maio de 2021.

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