Novo ataque de garimpeiros a indígenas na Amazônia 

27 de maio de 2021

Mais uma vez, Povos Indígenas da Amazônia são alvo de agressões por criminosos. Dez dias após uma comunidade Yanomami ser alvo de um ataque a tiros, ontem (26/5) um grupo de garimpeiros ilegais atacou uma aldeia na Terra Indígena Munduruku. Segundo representantes indígenas, o ataque seria uma resposta à megaoperação realizada pela Polícia Federal nas TIs Mundurukus e Sai Cinza, no sul do Pará. Um dos alvos da agressão foi a líder Munduruku Maria Leusa, que teve sua casa na aldeia Fazenda Tapajós, perto de Jacareacanga, incendiada pelos criminosos. Em março passado, a sede da associação chefiada por Maria Leusa foi atacada na mesma cidade por um grupo de Mundurukus favoráveis ao garimpo. A Folha traz o relato e imagens da destruição causada na aldeia.

Os garimpeiros também atacaram as forças policiais responsáveis pela operação antigarimpo. De acordo com o G1/Rede Liberal, um grupo tentou invadir uma base de operações da PF e depredar aeronaves e equipamentos policiais. Bombas de gás lacrimogêneo foram utilizadas pelos policiais para dispersar os garimpeiros; ao menos dez deles ficaram feridos no confronto.

No Estadão, André Borges revelou uma troca de mensagens entre garimpeiros e o vice-prefeito de Jacareacanga, Valmar Kaba, na qual eles combinaram ações de protesto contra a presença dos policiais, como o fechamento de estabelecimentos comerciais e o bloqueio de ruas e vias de acesso.

No Twitter, o governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou que o comandante regional da Polícia Militar do estado foi enviado para Jacareacanga para “fazer a mediação com os órgãos federais para uma negociação pacífica e preservar a população”.

O Instituto Socioambiental (ISA) destacou a denúncia feita pela deputada federal Joênia Wapichana (RR), que pediu à Comissão de Direitos Humanos da Câmara que tome providências sobre a situação dos Mundurukus. “A informação da operação teria vazado entre os garimpeiros e agora [eles] estão ameaçando os indígenas, com tiroteios, incendiando casas, de lideranças Munduruku, no estado do Pará”, disse Joenia. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) também reagiram ao ataque de garimpeiros na TI Munduruku. A rotina de terror se repete também na TI Yanomami, em Roraima, sob ataque intenso desde o início do mês”, apontaram as entidades em nota.

 

ClimaInfo, 27 de maio de 2021.

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