Transporte aéreo e marítimo sem muitas opções limpas de combustível

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Transportar pessoas e carga responde por cerca de ⅓ das emissões globais e reduzi-las parece ser mais fácil para o transporte terrestre e bem mais complicado para os aéreo e marítimo. O caminho da eletrificação de veículos está sendo trilhado a passos cada vez mais largos. O que fazer com os combustíveis de aviação e os pesados óleos marítimos na escala necessária permanece uma questão aberta.

As emissões dos aviões, segundo a ONU, respondem por pouco menos de 4% das emissões globais, com a projeção de triplicar até 2050. Como citado pelo New York Times, mesmo que os aviões fiquem mais eficientes, a demanda por viagens cresce ainda mais. No longo prazo, provavelmente células a hidrogênio substituirão os fósseis atuais. Existem biocombustíveis em desenvolvimento, mas as projeções mais otimistas indicam que mal substituiriam 3% do consumo de fósseis só nos EUA em 2025 e, com muito otimismo, substituir 30% do consumo mundial em 2050. E sempre que se fala em biocombustível, se levanta a preocupação com a segurança alimentar que competiria pela terra agriculturável.

A navegação assumiu o compromisso de aumentar a eficiência do setor em 40% e cortar as emissões pela metade até 2050. O principal obstáculo é que a vida média de um navio é de 25 anos e construir um cargueiro novo leva 2 anos. Assim, para que metade da frota de 2050 seja “verde”, não há quase tempo para que esses novos navios comecem a ser construídos. O combustível atual, os bunkers, são os óleos mais pesados do refino de petróleo e, por isso, os mais baratos. Como disse um executivo de um dos maiores estaleiros do mundo ao Wall Street Journal, “sem que haja um consenso sobre que tipo de combustível será utilizado, os prazos para construir embarcações verdes são apenas um exercício teórico que não pode ser cumprido. Primeiro você precisa dos combustíveis, depois dos volumes necessários e de uma rede global de abastecimento que terá que se reunir a um preço competitivo. Estamos apenas no início de um longo e caro processo.”

 

ClimaInfo, de junho de 2021.

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