Vai-e-vem do ONS sobre racionamento acende alerta no setor elétrico

ONS crise hídrica

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deu sinais trocados sobre a gravidade da crise hídrica vivida pelo Brasil e o risco de racionamento elétrico por conta do esvaziamento dos reservatórios de usinas hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste.

Na última 6a feira (4/6), uma nota técnica do ONS alertou que os reservatórios de ao menos oito hidrelétricas nessas regiões podem estar praticamente vazios até novembro, o que precipitaria a “perda do controle hidráulico” na bacia do rio Paraná e restrições à geração elétrica nessas usinas. Porém, no sábado, o ONS voltou atrás nessa previsão e afirmou que as medidas preventivas adotadas nos últimos dias pelo governo serão suficientes para garantir o fornecimento de eletricidade. A Folha destacou o vai-e-vem do ONS.

A situação dos reservatórios da bacia do Rio Paraná é preocupante. Na semana passada, a Agência Nacional de Águas (ANA) decretou emergência hídrica na região, o que permite limitar o volume de captação de água dos rios em caso de necessidade. Segundo a ANA, sete dos 14 principais reservatórios de hidrelétricas da região estão em seu pior nível desde 1999, e os demais estão com níveis entre os cinco piores registrados. O cenário de escassez hídrica e as projeções negativas de chuva para os próximos meses podem causar prejuízos no uso da água, principalmente em atividades de lazer e turismo, além de navegação e geração hidrelétrica.

Enquanto isso, o governo tenta avançar com medidas adicionais para reduzir o consumo de energia elétrica. Segundo a Reuters, o ministério de minas e energia se reuniu com representantes de associações industriais na semana passada para avaliar caminhos potenciais para ampliar a eficiência energética nas fábricas e economizar energia. À Folha, o ministro Bento Albuquerque refutou a possibilidade de racionamento, mas afirmou que o governo pretende discutir ações que vão desde a importação de mais eletricidade até o incentivo ao deslocamento de consumo para além dos horários de pico, por meio de descontos na tarifa.

 

ClimaInfo, 7 de junho de 2021.

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