Desmatamento na Amazônia atinge recorde histórico em maio

7 de junho de 2021

O DETER-INPE registrou o pior índice de alertas de desmatamento na Amazônia para o mês de maio desde o início da série histórica, há cinco anos. A estimativa preliminar (que ainda não inclui os últimos três dias do mês) indicou uma perda de 1.180 km2 de floresta, o que representa um aumento de 41% em relação a maio de 2020, quando foram detectados alertas em uma área de 834 km2.

É a primeira vez na série histórica que os números de maio (mês que inicia a temporada seca na Amazônia) superaram a marca de 1.000 km2.

Para o Observatório do Clima (OC), o dado é preocupante e pode sinalizar mais destruição florestal nos próximos meses, com o risco da taxa oficial de desmatamento para 2020-2021 (de agosto a julho) fechar com uma inédita quarta alta consecutiva. “O desmatamento neste ano será o que os madeireiros ilegais, garimpeiros criminosos e grileiros quiserem que seja. E, neste momento, eles não têm nenhum motivo para se controlar, já que o próprio governo federal, que deveria coibir a ilegalidade, os incentiva com atos e discursos”, comentou Marcio Astrini, secretário-executivo do OC.

Ao mesmo tempo, as queimadas também aumentaram na Amazônia Legal em maio. O INPE registrou 2.679 focos de fogo na floresta, número 49% superior ao registrado no mesmo mês no ano passado (1.798) e 34,5% maior que a média histórica para o mês (1.991).

Como O Globo ressaltou, apesar da cheia do rio Negro, que vem provocando enchentes em Manaus nas últimas semanas, algumas regiões amazônicas receberam apenas 60% das precipitações esperadas durante os meses de chuva. O terreno mais seco e o avanço do desmatamento podem servir de gatilho para mais uma temporada devastadora de queimadas na Amazônia.

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), mais de 5 mil km2 de floresta estão vulneráveis ao fogo na região até o final do ano. O G1 também trouxe o alerta.

Os novos números do desmatamento foram destacados por CNN Brasil, Estadão, G1, Jornal Nacional (TV Globo), O Globo e Poder360, entre outros. No exterior, a Associated Press repercutiu os dados.

 

ClimaInfo, 7 de junho de 2021.

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