G7 se reúne com vacinas, retomada verde e ação climática na agenda

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O grupo das sete nações mais ricas do mundo, o G7, se reunirá nesta semana no Reino Unido com uma agenda repleta de temas espinhosos e urgentes para o futuro da humanidade – e que, de certa forma, se relacionam uns com os outros. O ponto mais urgente é óbvio: depois de mais de um ano de pandemia, os países correm contra o tempo para vacinar as pessoas contra a COVID-19. No entanto, a falta de doses e a desigualdade na distribuição delas compromete a capacidade das nações mais pobres de retomar a normalidade sanitária, o que inviabiliza a tão esperada recuperação econômica.

Mais de 230 personalidades políticas dos países do G7 divulgaram um manifesto pedindo aos governos do grupo que financiem ao menos 2/3 dos US$ 66 bilhões estimados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para avançar com a vacinação nos países pobres. De acordo com o Guardian, o documento foi assinado por nomes como os ex-premiês britânicos Tony Blair e Gordon Brown, além de líderes veteranos de outros países, como o ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, e o ex-presidente da África do Sul e Nobel da Paz F. W. de Klerk. A Reuters também repercutiu a movimentação e a pressão sobre o G7 em torno das vacinas.

O segundo ponto na agenda do G7 é a recuperação econômica verde para o pós-pandemia. Neste ponto, um estudo da Oxfam e do Swiss Re Institute mostrou que um fracasso por parte dessas economias ricas em cortar suas emissões no volume necessário para conter a mudança do clima pode representar uma retração até duas vezes maior que aquela registrada no ano passado, causada pela pandemia. Em média, os países do G7 tiveram perdas econômicas de 4,2% em 2020; no caso de um mundo com aquecimento superior a 2oC, limite definido pelo Acordo de Paris, as perdas poderão ser de até 8,5% dentro de 30 anos. O impacto do aquecimento pode ser ainda maior nos países fora do G7: no Brasil, por exemplo, a mudança do clima pode causar perdas de quase 13% do PIB até 2050. Na Índia, a situação é ainda pior: a perda potencial está estimada em 25% da riqueza do país nas próximas três décadas. Deutsche Welle e Guardian destacaram esses dados; no Brasil, a Veja repercutiu o estudo.

Outro tema importante será o clima. Antes do encontro, os países do G7 chegaram a um entendimento em favor da divulgação da exposição a riscos climáticos por parte de empresas e instituições financeiras, uma medida considerada vital pelo grupo para os esforços de salvaguardar o sistema financeiro de choques potenciais causados pela mudança do clima. Os ministros de finanças do G7 concordaram que os países precisam de mais coordenação para mensurar o impacto das empresas sobre o clima e o meio ambiente, sob o risco de fragmentar esse ponto com abordagens distintas em diferentes países. “Isso ajudará a mobilizar os trilhões de dólares de financiamento do setor privado necessários para cumprir os compromissos nacionais de emissões net-zero até 2050”, destacou o G7 em comunicado. Bloomberg e Reuters destacaram o anúncio.

 

ClimaInfo, 8 de junho de 2021.

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