Os negócios por trás do desmatamento

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A produção de alimentos responde por 3/4 do desmatamento no mundo todo, especificamente em 3 cadeias: carne, soja e óleo de palma. Um trabalho da Earth.org coloca mais números importantes: o Brasil participa com ⅓ do desmatamento global, seguido do continente americano excetuando-se o México, o conjunto dos países africanos e a Indonésia. Eles atribuem mais de 40% do desmatamento global à cadeia da carne bovina. A cadeia da soja responde por 12% da perda de florestas, só que 80% da produção mundial vira ração para porcos e galinhas, principalmente. Isso quer dizer que metade da perda de florestas é para produzir proteína animal. Reduzir o consumo desta proteína não só reduziria as emissões da pecuária, como seria decisivo para preservar as florestas.

Também ontem, a Forest 500 lançou um trabalho voltado especificamente para a cadeia da soja, mostrando que moratórias e compromissos de eliminar o desmatamento da cadeia estão cheios de falhas. Eles colocaram uma lupa nas 9 maiores traders globais, responsáveis por mais da metade das exportações do grão: Amaggi, ADM, Bunge, Cargill, CHS, Louis Dreyfus, VIterra, CJ CheilJedang e a COFCO. E colocaram uma lupa menos potente em outras 13 traders. A conclusão: nenhuma das 22 traders demonstrou iniciativa e liderança para eliminar o desmatamento e as violações dos Direitos Humanos das suas cadeias de suprimento. A coordenadora do trabalho, Emma Thomson, estendeu a crítica a outros elos da cadeia. “As empresas que compram produtos contendo soja – incluindo peixe, carne e laticínios de animais criados com soja – não podem cumprir com seus compromissos se as traders de soja não se esforçarem e garantirem que estão comercializando soja sem desmatamento.”

 

ClimaInfo, 8 de junho de 2021.

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